A Pedagogia Vivencionista é cheia de surpresas. Nós nunca sabemos exatamente onde nossos alunos chegarão com suas ideias e projetos. Com toda a liberdade de escolha e autonomia que a escola dá para seus alunos estamos sempre atentos e acompanhamos cada passo para que os alunos encontrem caminhos seguros e interessantes.
Em um primeiro momento, o projeto de inglês proposto, votado e escolhido pelos alunos, “Anomalies”, ou “Anomalias” em português, poderia gerar preocupação. Mas acompanhamos e confiamos em nossos alunos, e como sempre, os resultados nos enchem de tamanho orgulho que nos motiva a compartilhar essas conquistas com o mundo todo.
Após as pesquisas iniciais, as crianças notaram o quão difícil é a vida de famílias em que um membro sofre com alguma anomalia, portanto, a decisão delas foi realizar uma campanha que pudesse ajudar essas famílias. Primeiramente encontraram uma instituição que seria possível ajudar e a internet foi de grande auxílio, pois encontraram uma associação que ajuda mães e crianças que têm anomalias no coração. Pronto! O primeiro passo foi dado, logo depois colocaram as mãos na massa para produzirem uma campanha em larga escala. E que escala! O E4MA movimentou a escola toda. Foram anúncios nas salas, cartazes e caixas deixadas na recepção para que as pessoas doassem roupas, brinquedos e qualquer utensílio que ajudasse essas crianças que precisam tanto de amparo. Ao término da campanha foi quando as crianças se deram conta da grandiosidade do que tinham conquistado.
Nesse momento pudemos perceber que todo o empreendedorismo trabalhado com os alunos não cria uma mentalidade “puramente capitalista”, ao contrário, nossos empreendedores percebem que suas iniciativas podem beneficiar não apenas a eles mesmos, mas também a sociedade em que vivem, especialmente aqueles mais carentes de ajuda ou atenção.
Com todas as doações recebidas, o transporte até a associação, que fica na Rua Oscar Freire ainda era uma questão a ser resolvida. Os produtos não iriam lá se entregar sozinhos. Então, eles decidiram criar o “Dia da Playland”. Eles trouxeram aparelhos eletrônicos e usaram os computadores da biblioteca para oferecer serviços de entretenimento aos demais alunos. Não precisamos dizer que foi um sucesso, não é? O dinheiro foi arrecadado e eles puderam marcar o dia da entrega das doações.
Difícil descrever a emoção de quem presenciou as crianças aprendendo sobre o local e o trabalho que é realizado pela instituição. Foi lindo, inesquecível e o sentimento dos alunos ao ajudarem pessoas que eles nunca viram foi muito marcante.
Sabemos que esse aprendizado é vida, ajudar o outro é o que nos torna humanos. Momentos mágicos de humanidade foram vividos e compartilhados. Essas crianças fazem mais que vir à escola, elas fazem o mundo acontecer.
